Espaço numérico digital destinado à circulação de informações culturais e de idéias provenientes de pessoas e dos afins dos descendentes físicos ou do pensamento de Mathias Simon (*05.05.1788 –+16.04.1866) e que ele materializou, em 1829, na migração com a sua família para a América.

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segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Em DIA com a CULTURA dos SIMON – 08



A CULTURA do PERTENCIMENTO SOCIAL FORMADA ao REDOR de MATHIAS SIMON na NOVA TERRA.

Certamente uma identidade é positiva na medida de sua permanência no tempo, de sua reprodução e contribuições para o bem estar coletivo de uma nação.

Fig. 01 – O RITUAL  EXTERNO do CASAMENTO sempre foi a AMOSTRA PÚBLICA do ENCONTRO e PERTENCIMENTO das DUAS PARTES de CADA NOIVO com TODOS os MEMBROS de TODAS as IDADES .
 FOTO de CASAMENTO em MANEADOR SARANDI
Numa visão ampla da  colonização germânica, do Sul Brasil, pode-se falar numa fortuna e que não era fruto de um acaso. Certamente esta nova célula colonial deve esta fortuna tanto pela sua membrana como devido ao seu conteúdo vital. Conteúdo vital que foi numericamente suficiente para fazer face ao mundo externo e não correu o risco de se dissolver entre outras culturas como aconteceu em Nova Friburgo, No Espírito Santo e Maruim no Sergipe[1]. Esta persistência de identidade e reprodução de sua cultura é documentada por Augusto Meyer (2010, p.XIX)[2] ao realizar um paralelo com a cultura material e imaterial deixada pelo açoriano.
“A colonização açoriana, como a imigração suíça, encaminhada para Santa Leopoldina, Bahia e Nova Friburgo, Rio de Janeiro, não passavam de simples ensaios imigratórios [...] Talvez seja oportuno repetir as palavras de João Pinto da Silva: ‘Não só estes (os açorianos) não foram numerosos, como também a sua área de atividade ou disseminação foi relativamente pequena.. Das rudimentares lições de agricultura que nos deram, pouco frutificou. Isso por lado, o material; pelo outro, o intelectual, não consta hajam deixado traço algum durável’ ”
De outra parte, a membrana ao mundo externo, foi suficientemente permeável para iniciar trocas significativas com o meio externo e sem se isolar dele.



[1] - Veja notícia dos alemães no Sergipe em  http://www.maruim.se.gov.br/noticias.asp?codnot=8   O prof , José Edgar Mota Freitas da Universidade Federal do Sergipe  organizou a memória de Ernst Schram e Adolphine Jencquel na edição bilíngüe  sob o título de “Cartas de Maruim  veja mais em http://jorge.carvalho.zip.net/arch2005-12-04_2005-12-10.html  
[2] -  MEYER, Augusto -  introdução  ISABELLE. Arsène - Viagem ao Rio da Prata e ao Rio Grande do Sul tradução e nota sobre o autor Teodomiro Tostes; Introdução de Augusto Meyer [2ª reimpressão] Brasília : Senado Federal 2010 , XXXI p. + 314 p.( Ed. Senado Federal v.61)


Origem da imagem:  Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagoli- MARGS
Fig. 02 - O KERB na COMUNIDADE SEMPRE foi a EXPRESSÃO MAIOR, INTEGRADORA do  PERTENCIMENTO do INDIVIDUO á sua COMUNIDADE, INTERNA e EXTERNA – COMO É POSSIVEL VER nesta IMAGEM - e FORTE MOTIVADOR do TRABALHO INDIVIDUAL e COLETIVO[1] - Pintura de Pedro WEINGÄRTNER ( 1853-1929)
Clique sobre a imagem para ampliá-la.

Antes da Revolução Farroupilha a população de origem alemã chegava as 10% da população desta Província do Império, conforme consta em  Arsène Isabelle (2010, p.261)[2]:“Em 1834 , calculava-se a população total da Província em 160.00 habitantes, sendo que os alemães representavam um décimo deste total. Só a nova Colônia de São Leopoldo contava oito mil
De um lado a cultura germânica, origem deste imigrante,  evoluiu rapidamente para outros caminhos após a aventura napoleônica. A Alemanha tomou uma identidade própria partir da industrialização capitalista , visível na sua unificação por Bismark e o silenciamento das identidades regionais germânicas. De outro lado a cultura luso-brasileira que acolheu este migrantes deu todas as demonstrações de compreensão e ajuda aos recém chegados.


[2] -  ISABELLE. Arsène - Viagem ao Rio da Prata e ao Rio Grande do Sul tradução e nota sobre o autor Teodomiro Tostes; Introdução de Augusto Meyer [2ª reimpressão] Brasília : Senado Federal 2010 , XXXI p. + 314 p.( Ed. Senado Federal v.61)




Fig. 03 - A ESCOLA da COMUNIDADE SEMPRE foi a INSTITUIÇÃO INICIADORA e CONTRATUAL, DESTINADA à INICIAÇÂO aos RITUAIS NECESSÀRIOS ao PERTENCIMENTO ADEQUADO da NOVA GERAÇÃO à COMUNIDADE que MANTINHA esta ESCOLA.

Contudo no centro desta fortuna de se fixara e criara raízes na nova terra, deve aos processos sociais de pertencimento à sua identidade e os reforços no meio dão eventuais fracassos e caos primordial de uma terra desconhecida que estava enfrentando.
Fig. 04 - FOTO de CASAMENTO em MANEADOR SARANDI


No aspecto da transcendência mantinham as suas crenças por meio das suas igrejas,  lojas maçônicas  e as escolas específicas. Como alfabetizados mantinham e produziam a sua literatura, os jornais e os almanaques apoidos pelo comércio e indústria emergente. No aspecto social estes esforços continuaram nos seus bailes, festas e esporte coletivo. No aspecto econômico as suas rudimentares organizações evoluíram do apoio recíproco - avulso e espontâneo - até as 1ªs cooperativas agrícolas. Evidentemente para vencer os desafios práticos, há necessidade de considerar a lógica na infra-estrutura e aporte de tecnologias, de ofícios e de fazeres elaborados e coerentes.
 
Fig. 05 – A CASA INICIADA por MATHIAS SIMON é a EXPRESSÃO MATERIAL da CULTURA do PERTENCIMENTO SOCIAL FORMADA ao REDOR DELE na NOVA TERRA na
CAPELA ROSÁRIO SÂO JOSÉ do HORTÊNCIO.

Um fator material e objetivo é o trabalho em comum, ainda que disperso em diversos ofícios. Assim a Colônia de São Leopoldo contava com o trabalho dos mais diversos ofícios, que além do estímulo moral recíproco representava uma base de tocas necessárias e de conhecimentos e reconhecimentos mútuos.  Assim Arsène  Isabelle escreveu em relação à colônia alemã de São Leopoldo que visitara em 1834 publicou no Havre em 1835 que
ma” . Havia, então, em São Leopoldo, cerca de cento e cinquenta casas de madeira e tijolo, onde vivia uma população de uns mil habitantes, a qual deve aumentar progressivamente, uma vez que a vila não contava mais que cinco anos de fundação. É habitada, principalmente, por artífices alemães, tais como marceneiros, ferreiros, carpinteiros, cordoeiros, alfaiates, seleiros, latoeiros, etc.; e por proprietários de botequins, armazéns e lojas, tanto alemães como estrangeiros.
Detalhe de foto de Dieego Carraro  PANORÂMIO GOOGLE EARTHro
Fig. 06 – A PONTE SEMPRE foi o TRAÇO de UNIÂO entre COMUNIDADES e INDIVÍDUOS, DIANTE DE OBSTÁCULOS COMUNS, AMOSTRA do TRABALHO de PROFISSIONAIS ORIENTADOS por TECNOLOGIAS INTEGRADAS para um FIM ESPECÍFICO e COLETIVO. PONTE entre JOSÉ de HORTÊNCIO e  PRESIDENTE LUCENA – RS.
Pode-se argumentar que eram trabalhadores e trabalhos urbanos. Contudo, se percorrermos hoje a região agrícola e colonial, visitada por Arsène, iremos notar, ao longo das estradas vicinais, mesmo as mais remotas, os trabalhos e as obras destes profissionais em numerosas construções residenciais, comerciais, viárias e religiosas de época, isto sem contar aquelas sujeitas as deteriorações imediatas.
PANORÂMIO GOOGLE EARTHro
Fig. 07 – AMOSTRA - numa das NUMEROSAS RESIDÊNCIAS URBANAS e RURAIS – RESULTADO da INTERVENÇÃO INTEGRADA de VÁRIOS PROFISSIONAIS Casa residência Wild Ferraz – Vera Cruz 1912

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